Colaboração gera gentileza

Sabe aquele velha prática de pedir uma xícara de açúcar para um vizinho quando falta o ingrediente bem na hora de fazer uma receita? Pois bem, agora imagine isso ampliado para dezenas pessoas do seu bairro por meio de uma plataforma digital. Essa é a ideia do Tem Açúcar?, um site de empréstimos e doações entre vizinhos.

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Seguindo a ideia de colaboração, também existe o Impossible, que estimula desconhecidos ajudarem entre si, sem receber nada em troca. Basta descrever suas habilidades, postar no que você precisa de uma mãozinha e esperar alguém se oferecer.

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Em alguns outros sites gringos, como o Streetbanks, o Peerby e o NeighborGoods, o empréstimo e compartilhamento entre as pessoas também é realizado sem a intenção de lucro.

Essas plataformas podem ser consideradas um perfeito exemplo da Economia Colaborativa em prática. Facilitada pela acessibilidade e inclusão das mídias digitais, essa forma de economia valoriza a relação humana, a socialização e a experiência, ao invés do consumo, do lucro e da competição. De acordo com essa cadeia de valor, não é mais necessário a posse individual do objeto para ter acesso a ele, pondo fim ao acúmulo material e priorizando a troca.

Para o especialista em internet Clay Shirky, o que a as mídias digitais fizeram foi permitir que pessoas antes meras consumidoras agreguem valor umas às outras no cotidiano.

Em uma palestra do TED, a empresária Lisa Ganksy afirma que o futuro dos negócios é o compartilhamento. Segundo Lisa, o surgimento da Economia Colaborativa só foi possível por causa da combinação de três fatores: nossa habilidade de nos conectarmos uns aos outros, o mundo cada vez mais mobile. e o fato das coisas físicas estarem legíveis em mapas online. Assim, com a colaboração reduzimos nossos custos e somos capazes de reavaliar o consumismo e certos valores que damos aos bens materiais, além de aproveitar melhor as coisas que compramos.

Quando as pessoas voltaram às ruas de São Paulo

Butantan Food Park
Butantan Food Park. Foto: http://www.tasteandfly.com.br/

2014 foi um ano de mudança de hábitos em São Paulo. A pessoas finalmente ocuparam as ruas, e não estou falando de protestos, mas, sim de lazer. Segundo uma análise da agência trendwatching.com, que estuda comportamento de consumo, o aproveitamento de espaços ao ar livre é uma tendência para América Latina em 2015, e sairão na frente as marcas e serviços que investirem em locais externos.

Nesse ano, sunset, backyard e pool partys foram alguns dos tipos de eventos que trouxeram novas opções para a cidade, além dos tradicionais espaços fechados. Mesmo que alguns deles sejam em áreas privadas, é importante notar que atividades ao ar livre estão cada vez mais valorizadas. Diferente das baladas de São Paulo que são de madrugada, muitas dessas festas costumam começar à tarde e terminar antes da meia-noite, e ainda oferecem comida. Alguns exemplos são a Sunset Party do Museu de Imagem e Som, Jameson Backyard na Vila Madalena e a Calefação Tropicaos, que varia o local da festa, mas sempre é em área aberta.

MIS
Festa Green Sunset no MIS. Foto: Foto: http://www.sproad.com.br/
Jameson Backyard
Jameson Backyard na Vila Madalena Foto: http://wikilicias.com.br/

Houve também uma explosão de feirinhas e bazares em São Paulo. Todo fim de semana são dezenas de eventos que pipocam no Facebook, de gastronomia à moda, de venda de novos a usados. Muitos são de iniciativas individuais, o que indica que as pessoas estão empreendendo e colocando seus projetos em prática. Como bônus, a cidade ganha opções alternativas de lazer e até mais acessíveis. A ideia de que sair para comer tem que ser necessariamente em um restaurante ou fazer compras em um shopping ficou para o passado.

Mercado da Minhoca
Bazar Mercado da Minhoca no Minhocão. Foto: Mercado da Minhoca
Evento Gastronômico do Bem
Feirinha Evento Gastronômico do Bem no Pacaembu. Foto: https://www.facebook.com/eventodobem

Algumas medidas da prefeitura também ajudaram a compor esse movimento de volta às ruas. Estimular o uso da bicicleta como transporte, por exemplo, traz uma nova percepção da cidade e maior contato com o que acontece ao redor para quem pedala. O projeto Centro Aberto propõe atividades culturais na região central, em uma tentativa de resgatar uma área que já foi o principal eixo cultural da cidade e por muitos anos ficou desvalorizada.

Ciclovia em São Paulo. Foto: Luiz Guadagnoli/ Secom
Ciclovia em São Paulo. Foto: Luiz Guadagnoli/ Secom
Projeto Centro Aberto no Largo São Francisco. Foto: Divulgação
Projeto Centro Aberto no Largo São Francisco. Foto: Divulgação
Mostra Internacional de Cinema no Largo São Francisco. Foto: Divulgação

Os parklets, por exemplo, também promovem a interação social a cidade. Instalados temporariamente em vagas de estacionamento, eles funcionam como extensão das calçadas, com bancos, plantas e alguns até com wi-fi. Pode parecer um detalhe mínimo, mas já reparou como é difícil encontrar um lugar para sentar sem que seja estabelecimento comercial (e te obrigue a consumir algo)? Ações e incentivos como esses citados ajudam a tornar a cidade muito mais amigável. O “estar na rua” não precisa ser apenas momento de locomoção de um ponto para outro, mas o lazer em si.

Parket em Pinheiros. Foto: http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/
Pracinha Oscar Freire. Foto: http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/

Recife adota sistema de compartilhamento de carros elétricos

Sistema de compartilhamento de carros será adotado no Recife. Crédito: Divulgação
Sistema de compartilhamento de carros será adotado no Recife. Crédito: Divulgação

Uma bela prática de consumo colaborativo está sendo adotada em Recife. A capital de Pernambuco terá um sistema de compartilhamento de carros movidos a eletricidade, promovido pela empresa Porto Digital, em parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Ainda em fase experimental, três estações vão abrir neste mês, no Recife Antigo, centro histórico da cidade, para usuários selecionados. Em janeiro, o sistema deve ser aberto ao público. Para usar utilizar o veículo, os interessados precisam fazer um cadastro pela internet e uma assinatura mensal no valor de R$20. Cada meia hora de corrida a mais custará R$ 30. A ideia é que o carro seja usado por mais usuários ao mesmo tempo, quem der carona para outra pessoa cadastrada ganha um desconto de R$5.

Em Seul, capital da Coreia do Sul, por exemplo, o compartilhamento de carros conseguiu atrair 120.000 usuários, com a instalação de 292 estações e 500 veículos elétricos. A prefeitura também incentiva o compartilhamento de garagens, no período em que as pessoas estão trabalhando, como medida para a falta de estacionamentos na cidade.

Em outras cidades brasileiras, já existem o sistema de empréstimo de bicicletas por iniciativa privada, como o Bike Sampa do Itaú e o Ciclosampa do Bradesco, em São Paulo, e o uso de aplicativo de caronas.

Além de sustentável, a tendência é que a prática do consumo colaborativo, em que se usufrui de bens e de serviços sem a necessidade de comprá-los, se expanda com mais força nos próximos anos, como vem acontecendo em outras áreas além do transporte.

(Com informações de Folha de S. Paulo e Exame)

Cycle Chic: pedalando sem perder o estilo

Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest

Em uma ida recente à Paris, uma imagem ficou muito forte em minha cabeça. Era uma senhora elegantemente vestida, com uma bota de cano alto e salto, saia midi e echarpe, andando de bicicleta pelas ruas de Saint-Germain-des-Prés.

Essa cena pode ser um tanto incomum no Brasil, mas é recorrente nos países europeus e está começando a ganhar força em terras tupiniquim. Em São Paulo, por exemplo, as iniciativas da prefeitura para estimular a bicicleta como forma de transporte, coincidem com essa tendência, já que o carro não atende mais de forma efetiva para a mobilidade das grandes metrópoles urbanas e deixou de ser objeto de desejo e de status entre os mais jovens.

Conhecido como Cycle Chic, esse lifestyle une moda e ciclismo, reforçando a bicicleta como um meio de locomoção e não apenas para lazer ou fitness. A ideia é pedalar vestido de acordo com seu estilo e personalidade, dispensando as roupas de ginástica.

Foto: Reprodução Pinterest
Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Foto: Franz-Michael S. Mellbin Flickr

 

O Cycle Chic se iniciou em Copenhague, na Dinamarca, retratado nos cliques do fotógrafo Mikael Colville-Andersen, que expõe em seu blog o melhor do street style sobre rodas, como definiu o jornal britânico The Guardian, ao compará-lo com o The Sartorialist.

Em abril de 2008, ele publicou o Cycle Chic Manifesto que explica do que se trata esse movimento:

  • Eu escolho pedalar chique em sempre que puder, vou escolher estilo em vez de velocidade.
  • Eu assumo minha responsabilidade em contribuir visualmente para uma paisagem urbana esteticamente mais agradável.
  • Estou ciente de que minha mera presença na paisagem urbana irá inspirar os outros sem que eu seja rotulado como “cicloativista”.
  • Pedalarei com graça, elegância e dignidade.
  • Escolherei uma bicicleta que reflita minha personalidade e estilo.
  • Irei, contudo, considerar minha bicicleta como um meio de transporte e como um complemento do meu estilo pessoal. Permitir que minha bike chame mais a atenção do que eu é inaceitável.
  • Eu irei garantir que o valor total de minhas roupas sempre exceda ao valor de minha bicicleta.
  • Colocarei acessórios de acordo com os padrões de uma cultura ciclística e comprarei, quando possível, um protetor de corrente, pedestal, guarda-saia, paralamas, campainha e cesta.
  • Respeitarei as leis de tráfego.
  • Recusarei usar e possuir qualquer forma de “roupas de ciclismo”.
Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Olivia Palermo. Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Bike Brooklyn Cruiser Driggs III Foto: george@georgehahn.com
Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest
Cycle Chic
Foto: Reprodução Pinterest

 

Para entender um pouco mais desse lifestyle, assista ao vídeo:

A volta dos celulares antigos entre as celebridades

Atualizado 15 de dezembro, às 11h50

Rihanna com um Motorola V3 na mão.
Rihanna com um Motorola V3 na mão. Crédito: AKM-GSI

Depois de Anna Wintour, editora da Vogue americana, foi a vez de Rihanna ser flagrada com um celular antigo. A cantora foi vista nessa segunda-feira, 24, com Motorola V3, que foi sucesso em 2004.

Bem diferente dos smartphones de hoje, um V3 não tem nada de 4G, Wi-Fi, aplicativos, GPS, WhatsApp ou câmeras com mais de 10 MP. Eles apenas recebem chamadas e SMS. Não há conexão com internet, muito menos como alguém saber se você leu ou não aquela mensagem recebida. A inacessibilidade é muito maior e é por isso que algumas celebridades estão adotando novamente esses aparelhos.

Anna Wintour com um flip phone. Crédito: KINJA-MG

Anna Wintour com um flip phone. Crédito: KINJA-MG

Atualmente, vivemos uma superexposição proporcionada pelas funcionalidades de nossos celulares, somos “vigiados e perseguidos” o tempo todo. É um check-in no Facebook, uma mensagem no WhatsApp que denuncia se você a visualizou ou não, uma selfie com geolocalizão para o Instagram que a avisa a todos onde e o que você está fazendo naquele momento. Às vezes, é difícil de não participar disso, mas os smartphones podem retirar nossa privacidade.

Porém, com os aparelhos mais antigos, existe a sensação de recuperar a tranquilidade e a capacidade de concentração em outras atividades. Eles dispõem apenas do essencial para se conectar com o mundo, nos provando que é possível viver menos online (afinal, já fomos assim), conseguindo focar mais em certas atividades e perder menos tempo em distrações.

No caso das celebridades, vale lembrar que muitas fotos íntimas vazadas neste ano, fato que ficou conhecido com The Fappening, foram roubadas por meio de uma falha do serviço iCloud, da Apple.

Talvez a adoção de celulares antigos não passe de uma moda passageira, mas, às vezes, nada como não ser achado.

(Com informalções de G1 e Vogue)

Jardim do Design Week no Largo da Batata será permanente

Largo da Batata Design Weekend

É muito bom ver quando iniciativas de eventos públicos trazem benefícios para a cidade. O festival Design Week, que aconteceu entre 14 e 18 de agosto, criou um jardim temporário de 200 metros quadrados no Largo da Batata, em Pinheiros, se tornará permanente na região.

Os organizadores do festival e do grupo OK decidiram doar os equipamentos à administração municipal. Em setembro, a instalação deve receber novos reforços e reparos. As pessoas aprovaram e usufruiram da instalação, que possui bancos de madeira e traz um certo “aconchego” no meio da região movimentada por carros e ônibus.

Apesar de a grama ser sintética e ter poucas plantas, um pouco de cor verde já faz uma tamanha diferença no grande concreto cinza e sem vida que virou a revitalização do Largo. Por mais simples que pareça, o jardim representa um convite à ocupação e ao proveito do espaço público, algo ainda escasso na cidade de São Paulo.

Outras novidades no Largo da Batata são um bicicletário, próximo à estação Faria Lima, e uma feira de livros, que acontece aos sábados.

(Informações: O Estado de S. Paulo)

Largo da Batata Design Weekend

Largo da Batata Design Weekend