Quando as pessoas voltaram às ruas de São Paulo

Butantan Food Park
Butantan Food Park. Foto: http://www.tasteandfly.com.br/

2014 foi um ano de mudança de hábitos em São Paulo. A pessoas finalmente ocuparam as ruas, e não estou falando de protestos, mas, sim de lazer. Segundo uma análise da agência trendwatching.com, que estuda comportamento de consumo, o aproveitamento de espaços ao ar livre é uma tendência para América Latina em 2015, e sairão na frente as marcas e serviços que investirem em locais externos.

Nesse ano, sunset, backyard e pool partys foram alguns dos tipos de eventos que trouxeram novas opções para a cidade, além dos tradicionais espaços fechados. Mesmo que alguns deles sejam em áreas privadas, é importante notar que atividades ao ar livre estão cada vez mais valorizadas. Diferente das baladas de São Paulo que são de madrugada, muitas dessas festas costumam começar à tarde e terminar antes da meia-noite, e ainda oferecem comida. Alguns exemplos são a Sunset Party do Museu de Imagem e Som, Jameson Backyard na Vila Madalena e a Calefação Tropicaos, que varia o local da festa, mas sempre é em área aberta.

MIS
Festa Green Sunset no MIS. Foto: Foto: http://www.sproad.com.br/
Jameson Backyard
Jameson Backyard na Vila Madalena Foto: http://wikilicias.com.br/

Houve também uma explosão de feirinhas e bazares em São Paulo. Todo fim de semana são dezenas de eventos que pipocam no Facebook, de gastronomia à moda, de venda de novos a usados. Muitos são de iniciativas individuais, o que indica que as pessoas estão empreendendo e colocando seus projetos em prática. Como bônus, a cidade ganha opções alternativas de lazer e até mais acessíveis. A ideia de que sair para comer tem que ser necessariamente em um restaurante ou fazer compras em um shopping ficou para o passado.

Mercado da Minhoca
Bazar Mercado da Minhoca no Minhocão. Foto: Mercado da Minhoca
Evento Gastronômico do Bem
Feirinha Evento Gastronômico do Bem no Pacaembu. Foto: https://www.facebook.com/eventodobem

Algumas medidas da prefeitura também ajudaram a compor esse movimento de volta às ruas. Estimular o uso da bicicleta como transporte, por exemplo, traz uma nova percepção da cidade e maior contato com o que acontece ao redor para quem pedala. O projeto Centro Aberto propõe atividades culturais na região central, em uma tentativa de resgatar uma área que já foi o principal eixo cultural da cidade e por muitos anos ficou desvalorizada.

Ciclovia em São Paulo. Foto: Luiz Guadagnoli/ Secom
Ciclovia em São Paulo. Foto: Luiz Guadagnoli/ Secom
Projeto Centro Aberto no Largo São Francisco. Foto: Divulgação
Projeto Centro Aberto no Largo São Francisco. Foto: Divulgação
Mostra Internacional de Cinema no Largo São Francisco. Foto: Divulgação

Os parklets, por exemplo, também promovem a interação social a cidade. Instalados temporariamente em vagas de estacionamento, eles funcionam como extensão das calçadas, com bancos, plantas e alguns até com wi-fi. Pode parecer um detalhe mínimo, mas já reparou como é difícil encontrar um lugar para sentar sem que seja estabelecimento comercial (e te obrigue a consumir algo)? Ações e incentivos como esses citados ajudam a tornar a cidade muito mais amigável. O “estar na rua” não precisa ser apenas momento de locomoção de um ponto para outro, mas o lazer em si.

Parket em Pinheiros. Foto: http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/
Pracinha Oscar Freire. Foto: http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/

Jardim do Design Week no Largo da Batata será permanente

Largo da Batata Design Weekend

É muito bom ver quando iniciativas de eventos públicos trazem benefícios para a cidade. O festival Design Week, que aconteceu entre 14 e 18 de agosto, criou um jardim temporário de 200 metros quadrados no Largo da Batata, em Pinheiros, se tornará permanente na região.

Os organizadores do festival e do grupo OK decidiram doar os equipamentos à administração municipal. Em setembro, a instalação deve receber novos reforços e reparos. As pessoas aprovaram e usufruiram da instalação, que possui bancos de madeira e traz um certo “aconchego” no meio da região movimentada por carros e ônibus.

Apesar de a grama ser sintética e ter poucas plantas, um pouco de cor verde já faz uma tamanha diferença no grande concreto cinza e sem vida que virou a revitalização do Largo. Por mais simples que pareça, o jardim representa um convite à ocupação e ao proveito do espaço público, algo ainda escasso na cidade de São Paulo.

Outras novidades no Largo da Batata são um bicicletário, próximo à estação Faria Lima, e uma feira de livros, que acontece aos sábados.

(Informações: O Estado de S. Paulo)

Largo da Batata Design Weekend

Largo da Batata Design Weekend